18 de outubro de 2018

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23 de julho de 2011

A NÃO NEUTRALIDADE DA CIÊNCIA E O PAPEL DO PESQUISADOR

Este paper é resultado das reflexões da disciplina Metodologia da Pesquisa (1/2011) ministrada pelo Prof. André Ancona - Universidade de Brasília - Programa de Pós-graduação em Ciência da Informação (Mestrado).

Apesar de, algumas partes deste já terem sido publicadas aqui, achei por bem publicizá-lo na sua totalidade.

 INTRODUÇÃO



O objetivo deste trabalho é pensar o projeto de pesquisa “Estudo de Ambientes Virtuais de Aprendizagem sob o enfoque do comportamento informacional do usuário e da mediação da informação” da abordagem de Tomanik (2004, p. 79) a respeito de “A não-neutralidade da ciência” .

Este paper é parte da atividade avaliativa da disciplina Metodologia da Pesquisa do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação pela Universidade de Brasília.

            Este breve estudo se constitui em uma revisão da literatura de Tomanik abordando as questões: da neutralidade da ciência, do pesquisador e a mudança da realidade advinda da pesquisa.


CIÊNCIA E NEUTRALIDADE
       

Tomanik (2004) entende que a ciência deve ser capaz de refletir as mudanças da realidade. Assim, à medida que as aspirações humanas se transformam, as ciências também mudam e os conhecimentos podem deixar de ser válidos com o passar do tempo.

De acordo com Tomanik (2004, p. 85), relacionamos com as coisas não como elas são, mas como as consideramos. Quando classificamos algo, atribuímos a ele um valor ou um significado que não possuía originalmente, o passa a ser um significado social. Assim, a pesquisa muda a realidade quando muda a representação do objeto da pesquisa.

Avanços em todas as áreas, principalmente advindo da inserção das tecnologias em todas as áreas do conhecimento humano provocam discussões, mudanças nas relações sociais, novas descobertas, novos campos e novas formas de pesquisa.

Para Tomanik (2004, p. 80), a ciência pode ainda sofrer influência do poder econômico. O cientista, sendo parte da sociedade, também está "[...] exposto às mesmas pressões, incertezas e tendenciosidades" assim como todos os cidadãos. Para o autor (Tomanik, 2004, p. 82):

[...] os grupos dominantes da sociedade tendem a determinar a partir de suas perspectivas e interesses, quais assuntos devem ser pesquisados, quais linhas de pesquisas podem ser incentivadas, e de que forma e com que finalidade os conhecimentos assim obtidos devem ser aplicados.

Tomanik (2004, p. 87) entende que o cientista, quando estuda a natureza "[...] traz consigo, ao menos em parte, a representação social da natureza que adquiriu no decorrer de sua aprendizagem", e essa formação social condiciona sua visão.  Além disso, os cientistas tendem a manutenir as estruturas de poder e de dominação por fatos como o de optar por áreas em que existem financiamentos disponíveis para pesquisa. Também são influenciados por questões sociais advindas de tendências do grupo em que se insere.

“A realidade é sempre mais complexa do que podemos perceber; por isso pesquisamos. Ela é sempre diferente do que gostaríamos que fosse; por isso tentamos modificá-la”. (TOMANIK, 2004, p. 219)

Partindo da ideia de que a pesquisa atribui valor a um objeto e isso causa uma mudança nessa realidade, pode-se deduzir que quando nos dispomos a debruçar sobre um tema para procurar entendê-lo estamos projetando o desejo de possíveis mudanças. Isso por que, a partir de um estudo a respeito de tal tema, o objeto pesquisado não será interpretado da mesma maneira. Também, ao pesquisarmos, partimos de um problema o que se supõe que seja algo que precisa ser mais bem entendido ou que necessita de aspectos que o tornem claros.

A pesquisa “Estudo de Ambientes Virtuais de Aprendizagem sob o enfoque do comportamento informacional do usuário e da mediação da informação” se propõe a investigar o Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) – Sistema UAB/UnB (Universidade Aberta do Brasil / Universidade de Brasília) para avaliar a mediação da informação entre professores e alunos para verificar se esse espaço possui recursos que propiciam o atendimento da necessidade informacional desses usuários baseado no mapa do conhecimento de Zins (2008).

No caso desta autora, no papel de tutora (ou seria professora?) de cursos a distância, há um desejo que o AVA seja um espaço onde a mediação se dê de forma eficiente. No entanto, por vezes percebe-se um ambiente um tanto árido onde as palavras nem sempre são bem entendidas por que não possuem a mesma carga emocional que uma fala possui. Além disso, muitas pessoas apresentam dificuldades em lidar com as tecnologias o que parece acontecer devido ao fato de que muitos sistemas tecnológicos são focados no tecnicismo deixando o usuário em segundo plano. Assim, espera-se com essa pesquisa contribuir para o AVA venha a ser um espaço de significação onde pessoas e objetos possam interagir de maneira plena, favorecendo a construção de conhecimentos.

A Educação a Distância (EAD) tem recebido incentivos governamentais para estender a educação para pessoas que não teriam acesso de outra maneira. Certamente há interesse governamental de que a situação da educação brasileira em nível mundial mude de patamar. Apesar de julgar que a EAD oferece um nível razoável de ensino, a situação dos trabalhadores do conhecimento nesta área não tem o mesmo nível de qualidade. Isso por que são contratados tutores (nem sempre considerados professores) para fazer a mediação no AVA com bolsa no valor de R$ 765,00 (setecentos e sessenta e cinco reais) mensais para atender cerca de 50 alunos. O seu papel é avaliar, mediar a aprendizagem, motivar, enfim, o mesmo papel do professor com exceção do nome da função e da remuneração.

CONCLUSÃO


Partindo do ponto de vista que há problemas na EAD principalmente nos fatores de mediação relativos às questões relativas aos trabalhadores do conhecimento, nas operações e processos e nos ambientes onde se dá a modalidade de ensino a ser pesquisada, esta pesquisadora, pretende mudar a realidade quando se propõe a analisar a mediação da informação neste contexto pensando em contribuir para a superação da dominação nessa área.

Pode-se dizer que há concordância com o entendimento de Tomanik em relação a não neutralidade da ciência, pois, como pesquisadores, tendemos a pesquisar em áreas em que há incentivos, que são mais acessíveis e que há possibilidade de que o resultado possa ser utilizado na resolução dos problemas na área profissional em que estamos inseridos.

Concluindo, pode-se dizer que as principais contribuições da reflexão na obra de Tomanik (2004) para esta pesquisadora são de ordem política e filosófica, vez que, pensar a não neutralidade da pesquisa permitiu repensar a ciência e o papel do pesquisador neste contexto. Certamente que, a partir de então, esta pesquisadora prosseguirá em seus estudos com novos “óculos”.

REFERÊNCIAS


TOMANIK, Eduardo A.; O olhar no espelho: “conversas” sobre a pesquisa e Ciências Sociais. Maringá: Eduem, 2004. 2 ed.

ZINS, Chaim. Knowledge map of information science: Research Articles. Journal of the American Society for Information Science and Technology. 58(4), 2007. Disponível em: <http://www.success.co.il/is/zins_kmapof_is.pdf>. Acesso em 27 de junho de 2011.

17 de julho de 2011

A pesquisa muda a realidade?

De acordo com Tomanik (2004, p. 85), relacionamos com as coisas não como elas são, mas como as consideramos. Quando classificamos algo, atribuímos a ele um valor ou um significado que não possuía originalmente, o passa a ser um significado social. 

"A realidade é sempre mais complexa do que podemos perceber; por isso pesquisamos. Ela é sempre diferente do que gostaríamos que fosse; por isso tentamos modificá-la.” (TOMANIK, 2004, p. 219) 

Partindo da ideia de que a pesquisa atribui valor a um objeto e isso causa uma mudança nessa realidade, pode-se deduzir que quando nos dispomos a debruçar sobre um tema para procurar entendê-lo estamos projetando o desejo de possíveis mudanças. Isso por que, a partir de um estudo a respeito de tal tema, o objeto pesquisado não será interpretado da mesma maneira. Também, ao pesquisarmos, partimos de um problema o que se supõe que seja algo que precisa ser mais bem entendido ou que necessita de aspectos que o tornem claros.

O pesquisador é neutro?

Tomanik (2004, p. 87) entende que o cientista, quando estuda a natureza "[...] traz consigo, ao menos em parte, a representação social da natureza que adquiriu no decorrer de sua aprendizagem".  Além disso, os cientistas tendem a manutenir as estruturas de poder e de dominação por fatos como o de optar por áreas em que existem financiamentos disponíveis para pesquisa. Também são influenciados por questões sociais advindas de tendências do grupo em que se insere.

A ciência é neutra?

De acordo com Tomanik (2004, p. 80), a ciência pode sofrer influência do poder econômico. O cientista, sendo parte da sociedade, também está "[...] exposto às mesmas pressões, incertezas e tendenciosidades" assim como todos os cidadãos.

Para o autor (Tomanik, 2004, p. 82), “[...] os grupos dominantes da sociedade tendem a determinar a partir de suas perspectivas e interesses, quais assuntos devem ser pesquisados, quais linhas de pesquisas podem ser incentivadas, e de que forma e com que finalidade os conhecimentos assim obtidos devem ser aplicados”.

Isso posto, pode-se dizer que há da minha parte concordância com o entendimento de Tomanik em relação a não neutralidade da ciência, pois, entendo que, como pesquisadores, tendemos a pesquisar em áreas em que há incentivos, que são mais acessíveis e que há possibilidade de que o resultado possa ser utilizado na resolução dos problemas na área profissional em que estamos inseridos.

1 de junho de 2011

Capítulo 2: A responsabilidade social da ciência

Na página 35, quando Tomanick convida o leitor a refletir a respeito da responsabilidade social da ciência que pode ser entendida como a sua  utilização em favor da humanidade para a resolução de problemas coletivos, parece então que podemos sim "salvar o mundo" com nossas pesquisas.

Ainda a respeito da "nobre missão" do pesquisador de "salvar o mundo":
  • p. 43: Ocorre, porém, que a cada novo avanço, a cada problema solucionado se descobrem novos elementos que representam novos problemas a espera de solução.
  • p. 45 (Demo) a ciência dá soluções apenas à medida que levanta sempre novos problemas.
Brincadeiras à parte, é um alívio saber que o trabalho do pesquisador vai além do "mundo das ideias".